COP-30: Jovem indígena goiana encontra presidente da França e fala sobre crise climática: ‘País tem muitos biomas que dependem uns dos outros’

  • 08/11/2025
(Foto: Reprodução)
Jovem indígena goiana encontra presidente da França e fala sobre crise climática A jovem indígena de Goiás, Suellen Ramos, se encontrou com o presidente da França, Emmanuel Macron, em evento que antecedeu a COP-30 para falar sobre a crise climática (veja acima). “Nosso país tem muitos biomas que dependem uns dos outros, e a Amazônia é a floresta anciã, a grande bisavó de todas as outras florestas”, declarou em seu discurso. O encontro aconteceu na quinta-feira (6), durante a Caravana Fluvial Científica e Intercultural, de Manaus (AM) a Belém (PA), que reúne jovens ativistas, pesquisadores e instituições da França e do Brasil para cooperação científica e ambiental. “Foi uma conversa rápida, mas ele interagiu com a gente. Ele perguntou quais ações locais eu e os meninos faziam”, relatou Suellen. ✅ Clique aqui e siga o perfil do g1 Goiás no WhatsApp A jovem se encontrou com o presidente francês acompanhada de mais dois jovens: Thiago Maiandeua e Tatianny Cristina Queiroz Soares, ambos do Pará. Os três representam o LAB Jovens, um programa da Embaixada da França no Brasil que mobiliza jovens brasileiros para ativismo ambiental e social. Em seu discurso, Suellen falou sobre as ações realizadas pela juventude nas favelas e periferias de grandes cidades, bem como nas aldeias. “Há muitos coletivos de jovens que criam hortas, ações de reflorestamento, produzem arte e educação ambiental como formas de enfrentamento à crise climática. Mas ainda faltam recursos e visibilidade para essas ações”, declarou. COP-30: Jovem indígena goiana encontra presidente da França e fala sobre crise climática Arquivo pessoal/Suellen Ramos Quem é Suellen Ramos A jovem que se encontrou com Emmanuel Macron tem 25 anos e é da etnia goyá, da Serra Dourada, na Cidade de Goiás. Formada em Letras pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e fluente em francês, Suellen contou ao g1 que passou a se interessar pelo ativismo ambiental a partir da pandemia da Covid-19. “Eu comecei a repensar essa relação que a gente tem com o nosso bioma, com o nosso ambiente. Também, fui viajando entre Goiás e Bahia e fui vendo o desmatamento muito grande no Cerrado”, explicou. Suellen esclareceu que, até o início de 2025, atuava mais com a conscientização ambiental em prol do Cerrado, por meio da arte e da poesia. Após sua participação no programa da Embaixada da França, a jovem passou a entender cientificamente as mudanças climáticas. LEIA TAMBÉM: Plantas medicinais do Cerrado podem desaparecer até 2060 por causa de mudanças climáticas, aponta pesquisa Nova espécie rara de planta com flor azul é encontrada em Goiás, dizem pesquisadores Conheça cidade goiana que foi povoada por indígenas e se tornou polo minerador e industrial “Antes, eu lutava muito em um campo artístico, cultural... e desde o começo do ano, com essa formação do Lab Jovens, eu tenho entendido as coisas mais concretamente. Quando vi que a COP seria no Brasil, eu pensei eu preciso entender isso, eu preciso entender o que é a COP, o que vai acontecer, como que ela acontece, como que eles negociam... e a luta popular, onde que fica?”, questionou. Suellen permanece em Belém do Pará, nos próximos dias. A jovem vai participar da Cúpula das Infâncias, parte da programação da Cúpula dos Povos, evento que ocorre paralelamente à COP-30 reunindo povos indígenas, ribeirinhos e comunidades tradicionais. Confira o discurso completo e traduzido de Suellen Ramos para o presidente da França, Emmanuel Macron: Não é possível falar em nome de uma juventude, mas das juventudes brasileiras — diversas em cultura, território e vivências. Apesar das diferenças, somos atravessadas por um mesmo desafio: a crise climática. Nosso país tem muitos biomas que dependem uns dos outros, e a Amazônia é a floresta anciã, a grande bisavó de todas as outras florestas. E em todo o nosso continente Abya Yala, conhecido como América, a vida de muitos povos está ligada à terra. Mas nas periferias, favelas e grandes cidades, assim como aldeias, a juventude está ativa na luta. Há muitos coletivos de jovens que criam hortas, ações de reflorestamento, produzem arte, e educação ambiental como formas de enfrentamento à crise climática. Mas ainda faltam recursos e visibilidade para essas ações. Grande parte das juventudes brasileiras vive violências e ainda precisa de formação crítica para compreender e agir diante da crise ambiental. Até porque o crescimento e o desenvolvimento das cidades faz com que as novas gerações nasçam desencantadas, sem entender a nossa relação de coexistência com a natureza. Por isso, programas educativos e de pesquisa são fundamentais e precisam ser ampliados. Os dados científicos devem se transformar em informação que fortaleça as lutas locais das juventudes, para que possamos construir políticas públicas — e não apenas esperá-las. Até porque nossas futuras gerações sofrerão ainda mais os impactos das escolhas feitas hoje. Acredito que precisamos plantar sementes nas consciências, transformando ideias em projetos, programas educativos e ações sustentáveis que nos ajudem a reencantar nossa relação com a Mãe Terra e lutar pela nossa casa comum. 📱 Veja outras notícias da região no g1 Goiás. VÍDEOS: últimas notícias de Goiás

FONTE: https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2025/11/08/cop-30-jovem-indigena-goiana-encontra-presidente-da-franca-e-fala-sobre-crise-climatica-pais-tem-muitos-biomas-que-dependem-uns-dos-outros.ghtml


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